Bem, sou cheio, apesar de ter apenas sessenta quilos em um metro e setenta de altura, sou cheio de atritos, conflitos, pecados. Antes inocência, mãos tranqüilas, olhos atentos, hoje me perco em casa, no quarto, na verdade me perco nos meus pensamentos. Me perco em mim mesmo.
Eu pulava, sorria, gritava. Hoje, frio, eu falo, eu choro, eu beijo, me apaixono. Meus pés pequenos, suaves gostavam de andar e gostam ainda hoje, mas não são mais pequenos e suaves, não são meus pés, são os pés desse jovem sério e distraído que olha pra mim atravéz do espelho. Não sei se sou ele, mas ele é eu.